“Relataram a Moises e disseram: Fomos à terra que nos enviaste; e, verdadeiramente, mana leite e mel; este é o fruto dela. O povo, porém, que habita nessa terra é poderoso, e as cidades, muito grandes e fortificadas; também vimos ali os filhos de Anaque (...) Não poderemos subir contra aquele povo, porque é mais forte do que nós. Também vimos ali gigantes (...) e éramos, aos nossos próprios olhos, como gafanhotos e assim também éramos aos seus olhos.” Números 13.27-33
“Porém, disseram Josué e Calebe: Se o Senhor se agradar de nós, então, nos fará entrar nessa terra e no-la dará, terra que mana leite e mel. Tão somente não sejais rebeldes contra o Senhor e não temais o povo dessa terra, porquanto, como pão, os poderemos devorar. Números 14.5-24
Há pessoas que são como os dez espias de Israel. Eles eram príncipes, nobres e homens de valor, que foram escolhidos, criteriosamente, por serem fortes, inteligentes, líderes e representantes ilustres das suas tribos. Moisés enviou-os com o intuito de conhecerem a Terra Prometida para, depois, com relatos vivos, incentivarem o povo a lutar com bravura na sua conquista. Eles foram, passaram lá quarenta dias, tendo ficado deslumbrados com a exuberância do local, pois tratava-se de uma terra fértil, boa, que “manava leite e mel”. Era tudo quanto Deus já havia falado. Todavia, na hora de apresentar o relatório disseram a Moisés e ao povo que a terra era boa, mas que devorava os seus habitantes. Eram príncipes, mas sentiram-se desprezíveis; eram valorosos, mas sentiram-se como insectos; foram tomados por um sentimento doentio de auto-desvalorização.
Hoje em dia, existe um batalhão de pessoas derrotadas pela “síndrome do gafanhoto”: pessoas que se consideram “insectos”, que caminham pela vida cabisbaixas, vencidas, desanimadas e desencorajadas para a luta. Não crêem nas promessas de Deus, olhando apenas para as dificuldades, para os “gigantes”, e não para Jesus. São pessoas que vivem a choramingar, a entoar o cântico triste e amargo das suas derrotas antecipadas. Acham que nada vai dar certo na sua vida, que não adianta lutar e que estão empenhadas numa causa perdida e sem esperança.
A nossa vida é hoje o resultado da visão que cada um temos dos problemas e de Deus. Os dez espias e o povo só enxergaram problemas e derrotas, então a vida deles foi um reflexo da própria visão que fez com que tivessem um espírito derrotado e consequentemente uma vida derrotada. Calebe e Josué enxergaram unicamente as vitórias, e que Deus era com eles e que seriam vencedores e mais fortes que os seus inimigos.
"Então disse o Senhor: Porém o meu servo Calebe, visto que nele houve outro espírito, e perseverou em seguir-me, eu o farei entrar à terra que espiou, e a sua descendência a possuirá.” Números 14.5-24